FIDA e IPC-IG lançam série inédita sobre a pobreza rural no Brasil

Por IPC-IG

                                              

 

Brasília, 24 de maio de 2016 - As taxas de pobreza e de pobreza extrema caíram acentuamente entre 2004 e  2013, passando, respectivamente, de 20% para 9% da população e de 7% para 4%. Mas, em termos regionais, pouco mudou: a pobreza e a extrema pobreza continuam sendo mais presentes no meio rural e nas regiões Norte e Nordeste do país. É o que aponta um dos estudos da série inédita sobre pobreza rural com foco nessas duas regiões produzida conjuntamente pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O lançamento da série de estudos aconteceu hoje em um seminário em Brasília.

Durante o evento, o FIDA, agência da ONU especializada em desenvolvimento rural, apresentou sua nova estratégia para o Brasil, com foco na expansão de seus projetos de promoção da agricultura familiar na região Nordeste.

Os quatro estudos da sobre pobreza rural são:

•                     “Perfil da pobreza: Norte e Nordeste rurais” destaca que a pobreza e a extrema pobreza vêm diminuindo de modo expressivo nos últimos dez anos (2004-2013). Os índices de pobreza no país caíram de 20% para 9% da população e no caso da extrema pobreza, a queda foi de 7% para 4%. No entanto, houve uma descontinuidade nessa redução, pois dois fatores fundamentais da queda da pobreza apresentam limitações ou problemas bem significativos: o mercado de trabalho e o gasto social, notadamente o assistencial e o da previdência.

•                     “Políticas públicas para o desenvolvimento rural e de combate à pobreza no campo” analisa 11 políticas para o desenvolvimento rural e seu impacto na  produtividade e sustentabilidade dos pequenos agricultores mais vulneráveis.

•                     “Condição fiscal do setor público no Brasil: uma análise com ênfase nos estados das regiões Norte/Nordeste e no financiamento para o desenvolvimento rural” avalia a condição financeira do setor público brasileiro com foco na situação dos governos estaduais e no financiamento internacional para o desenvolvimento rural.

•                     “As mudanças climáticas e os impactos sobre a agricultura familiar no Norte e Nordeste do Brasil" considera os cenários futuros das mudanças climáticas e identifica as principais tendências em termos de mudanças na temperatura e precipitação nessas duas regiões, relacionado os impactos na agricultura familiar nas dimensões social, econômica e ambiental.

 

O estudo considera as linhas oficiais de pobreza e extrema pobreza declaradas pelo Governo Federal em 2011.  Famílias cuja renda domiciliar mensal per capita era de até R$ 140,00 estavam em situação de pobreza e aquelas cuja renda era de até R$ 70,00 se encontravam em situação extrema pobreza.

Recentemente, o FIDA e o IPC-IG lancaram o “Atlas da Extrema Pobreza no Norte e no Nordeste do Brasil em 2010”, que identifica os munícipios dessas regiões com maíor concentração de pessoas residentes em domicílios com renda mensal per capita de até 70 reais em 2010.